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Dia 9: Beirute (Líbano) - TSC Plus, casa do Ahmed e Café Hamra

Written By Ana Raquel on segunda-feira, abril 09, 2012 | segunda-feira, abril 09, 2012

Acordamos na sexta-feira esperando viajar para o interior para encontrar uma família de amigos da Lu, mas acabamos deixando para o sábado. O que fazer, então? Falamos para o Ahmed que queríamos temperos, ingredientes típicos, presentinhos etc. Ele nos levou até o bairro de Verdun, a 15 minutos do Hamra, em uma das lojas da rede The Sultan Center Plus (TSC), tipo um Walmart, mas sem a seção de vestuário. Assim que coloquei os pés ali, fiquei doida com a quantidade de produtos locais, além de frutas e legumes que eu nunca havia visto na vida! Logo que chegamos, demos de cara com uma área só com grãos, sementes e doces típicos. 


Depois da louca dos nuts (trocadalho), fomos ao balcão da frente. Um atendente muito gentil (e paciente) nos ajudou a escolher tudo. Funciona assim: há pacotes de 0,5 kg que são divididos por tipo de grão. Com os top, como amêndoas, pistaches e pecans, o pacote custa 32 mil libras libanesas (R$ 38), com os grãos menos nobres, castanha de cajú e semente de abóbora, o pacote custa 24 mil LBP (R$ 29) e os mais simples, como amendoim com vários sabores e milho tostado e salgado, o pacote sai por 12.500 LBP (R$ 15). Não, não é barato, mas achei o preço justo pela qualidade do produto e também pela variedade que você vai encontrar.

Ao final da compra ainda ganhamos uma cerâmica para petiscos, dada pelo nosso querido atendente. :)
Também nos esbaldamos com os doces, ao ponto de sairmos dali nos perguntando "como vamos levar tudo isso para casa?". Continuamos desbravando o mercado, compramos mais alguns itens que vimos por ali -- achei um mel de cedro que estava procurando --, e fomos explorar a feira, que tinha ingredientes lindos e novos para nós. Durante esse tempo todo o Ahmed ficou atrás da gente. Tadinho. Chutando, por baixo, ficamos ali umas três horas pirando em tudo, inclusive nos preços. Bom, a brincadeira saiu US$ 90 para cada, mais ou menos, mas né? Quando é que teríamos outra oportunidade como essa?


Como neste dia saímos tarde (já deveria ser umas 17h quando deixamos o TSC), pedi ao Ahmed que nos levasse para comer um doce que eu queria muito, o muhallabieh, ou malabi, como é conhecido por aqui. Trata-se de uma mistura de leite, farinha de arroz, açúcar e essência de rosas ou laranja. Pode-se comê-lo quente, como um mingauzinho ou frio, quando ele se torna uma espécie de manjar branco. Pois bem, era isso que eu queria. Assim como todas as coisas que queríamos comer, o Ahmed falou que era difícil achar, mas que nos levaria. Antes, porém, ele queria que tomássemos um café na casa dele. Topamos.

O Ahmed mora na periferia de Beirute, uma região, como ele mesmo contou, controlada pelo Hezbollah. Situação muito parecida com as periferias e favelas controladas por facções por aqui, não? Assim como Ouzai, dá para ver as marcas da guerra por todos os lugares e percebemos que a restauração vai demorar para chegar por ali.


Além do café delicioso que a filha do Ahmed nos serviu (ele tem cinco filhos e um netinho), ela nos serviu algo que parecia um doce, quentinho e eu perguntei o que era. O Ahmed responde: "É malabi. Minha esposa fez especialmente para vocês". Me emocionei tanto que não tinha palavras para agradecer. Foi um gesto simples, mas de uma gentileza que me tocou profundamente. Ele ainda nos levou para a cozinha para conhecer a esposa dele e, ainda por cima, acabamos jantando. :)


Depois de passarmos momentos mega especiais na casa do Ahmed, voltamos para o hotel e demos aquela dormidinha básica, o "sono dos justos", como dizem por aí. Acordamos tarde e saímos para dar umas bandas pelo Hamra. Rodamos pelo bairro e paramos no Café Hamra, um restaurante descolado com um menu bem gostoso. A atmosfera do local é bem moderna, com sofás espalhados na parte de dentro e fora, um jardim com ar intimista dá o tom do local. Os garçons são um pouquinho desatentos, mas nada que comprometa sua impressão.

Em noites frias, como a que passamos ali, os aquecedores deixam o restaurante mega confortável. :)
Devo confessar: um dos melhores brownies que já comi até hoje -- fora o meu, ÓBVIO! hahaha
A Lu optou pelo buffet de saladas (14.900 LBP - R$ 18) e eu comi um brownie gordo -- para quem me conhece, sabe que eu tinha que provar -- (9.900 LBP - R$ 12), além de duas bebidas geladas bem gostosas. Pedimos mais uma coca, fumamos uma shisha -- que dizem ser um dos melhores de Beirute -- e o total saiu por 50.300 LBP (R$ 61). 

Na volta ao hotel, demos uma passada na rua dos pubs, mas não entramos. Voltamos para o hotel, pois nosso (último) final de semana seria agitado.

Até mais!


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Sobre Ana Raquel

Jornalista, 36 anos, canceriana, chorona. Se emociona com tudo. Vive sem muito planejamento, mas com muitos planos.

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