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Virada na Virada

Written By Ana Raquel on terça-feira, maio 08, 2012 | terça-feira, maio 08, 2012

Fim de semana de Virada Cultural é cheio de notícias, boas e ruins, que dão as mais diversas impressões para os leitores que não puderam participar, como eu. Alguns compromissos de última hora me impediram de participar do evento, mas li muita coisa e conversei com muita gente que foi. No primeiro momento, as manchetes sobre embriaguez, overdoses, mortes e roubos chamaram a minha atenção e superaram as pequenas chamadas sobre shows bem sucedidos e multidões que cantaram, em paz, ao som de seu cantor preferido.

Para quem não sabe, a Virada Cultural foi inspirada no festival Nuit Blanche (Noite Branca), que rola todos os anos em Paris, na França. A Virada, no entanto, tem proporções superlativas e tem trazido para a capital paulista artistas de primeiríssima qualidade. O evento é, sem dúvida alguma, uma celebração da democracia cultural, e é preciso cuidar para que não cometemos o erro da generalização. O direito de acesso a um conteúdo que, até pouco tempo atrás, mostrava-se exclusivo de classes mais altas é, agora, de toda a população.

O balanço

Na manhã do domingo (6), a organização do evento, juntamente com o subprefeito da Sé, Nevoral Alves Bucheroni, informaram em coletiva o balanço da Virada até o momento. Realmente, após ver os números, chego à conclusão de que os fatos isolados não tiraram a grandeza do evento. Para se ter uma ideia, mais de 4 milhões de pessoas passaram pelos 114 pontos de atrações, sendo que 50 foram montados apenas na região central da cidade de São Paulo. É gente pacas e é atração pra caramba! 

Assim como em qualquer evento de proporções como a Virada Cultural, esta aglomeração de pessoas é a oportunidade perfeita para que circule por aí gente sem boas intenções. Além disso, o maior problema, ao meu ver, que é a venda clandestina de bebidas alcoolicas, ainda causa estragos. A jovem morta por overdose de cocaína na madrugada de domingo, é um caso clássico. Além da droga, ela foi encontrada com garrafa de vinho químico, uma droga poderosíssima, tóxica e que pode matar. Durante a Virada, 19 ambulantes foram presos por venderem bebidas alcoólicas e parece que o governo está olhando este problema mais de perto. 

Uma amiga, a Izabel Méo, participou da Virada e deu sua visão para o blog:

"Essa já é a quinta ou sexta Virada que eu participo, seja curtindo como público ou trabalhando (muito bom também). Eu fui somente domingo e curti andar a pé no Minhocão, ver a dança do ventre no palco Cabaré, assistir ao show do grupo A Banda Mais Bonita da Cidade na XV de Novembro, ver teatro ao ar livre no Páteo do Colégio com os meninos do R&J, escutar um pedacinho da Orquestra Experimental de Repertório no Anhangabaú e me encantar com alegorias de Carnaval. 

Em sentido horário: Páteo do Colégio, Bel assistindo ao show e Minhocão
O que eu reparei bem nessa edição foi na limpeza, muitos garis, muitas lixeiras e muitos catadores de latinha para ajudar. Ouvi que de madrugada tiveram alguns problemas, mas como já estou expert, eu fujo de aglomerações, vou sem bolsa e sem muito dinheiro, sempre com um mapinha e o celular no bolso da frente da calça. Costumo marcar ponto de encontro quando vou com mais gente, tipo um SESC ou uma estação de metrô que eu saiba que estará aberta. Esse ano mesmo me confundi e peguei alguns acessos da Anhangabaú fechados, mas havia tanto policiamento que foi mais tranquilo subir para o Largo São Francisco e chegar até a Sé. Ao final, foi bom, pois vimos o povo rindo com o os shows de stand up comedy. Resumindo, adorei!"

Cultura para todos

Em uma das paredes sujas do centro, foi marcada uma verdade que deve ser levada a sério por quem coloca a arte na rua:


Se houver mais cultura, menos distração haverá. Quanto maior o acesso a conteúdos que desenvolvem um cidadão, menor será o espaço para o pensamento destrutivo. Quanto melhor a visão sobre o mundo e todos os valores que ainda têm que ser descobertos, mais preparados estaremos para receber o novo.

Que venham outras Viradas que virem nossa cabeça!

Até mais!


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Sobre Ana Raquel

Jornalista, 36 anos, canceriana, chorona. Se emociona com tudo. Vive sem muito planejamento, mas com muitos planos.

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