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Filmes de viagem - Parte 4: os clássicos

Written By Ana Raquel on sexta-feira, julho 20, 2012 | sexta-feira, julho 20, 2012

E a série de filmes inspiradores de viagem não acabou ainda, não. Já falamos sobre os filmes para aquecer, para assistir com as crianças e também com as amigas. Hoje falo sobre os perenes, lindos e empoeirados, os clássicos. 

Depois de lembrar de alguns que tenho em casa e fazer uma pesquisa, estas foram as sugestões eleitas para hoje, mas, se você tem algum preferido, por favor, divida com a gente.

Casablanca (Casablanca, 1942)


Já começamos com um dos mais memoráveis longas da história do cinema. Política, humor, romance e intriga se misturam em uma trama que se passa na cidade de Casablanca, no Marrocos (na época do domínio francês). O filme, que se passa na época da Segunda Guerra Mundial, relata o reencontro de Rick Blaine (Bogart) e Ilsa (Bergman), após um romance interrompido em Paris, anos antes. Para entender o contexto, Rick vive em Casablanca, cidade que servia de passagem para refugiados que queria passagem para Lisboa, de onde escapariam da guerra para os Estados Unidos.

Em Casablanca, Rick tem um bar, o Rick's Cafe, que recebe todo o tipo de gente, de nazistas a ladrões. Rick é um americano expatriado que tá pouco ligando para as pessoas, até que Ilsa chega com seu marido, um líder da resistência da Europa, e precisam de uma carta da França que autorize os dois a se unirem às forças francesas para combater o nazismo. A realidade é: Rick fica, de novo, p**o da vida porque Ilsa foi embora de Paris sem deixar rastro, do nada reaparece, casada, e ainda pede um favor desse tamanho? Acho que Casablanca é uma história de amor difícil, com mágoa e mal resolvido. Aliás, uma das histórias de amor mais famosas da história. Não vou te contar o final, porque acho que seja um must assistir a este longa que venceu Oscar e se consagrou durante décadas.

É uma ótima oportunidade para ver uma outra realidade durante a II Grande Guerra, já que não se fala muito dos efeitos deste evento em cidades da África, não? Além do mais, história sobre lugares que sonhamos conhecer nunca é demais, além de ter um toque de amor impossível. Não tem como não gostar.

Nunca Te Vi, Sempre Te Amei (84 Charing Cross Road, 1986)


Os gigantes Anne Bancroft (Helene Hanff) e Anthony Hopkins (Frank Doel) dão uma lição de amizade e lealdade neste filme muito sensível que foi sucesso no Brasil na década de 80. Me senti uma grande ignorante quando descobri esta maravilha, em 2010, e me arrependi por não tê-la assistido antes. O longa conta a história de Helene, uma escritora e roteirista que fuma loucamente e é apaixonada por livros raros, e descobre que em Londres há uma pequena livraria que despacha livros impossíveis de serem encontrados a preços baixíssimos. O dono da livraria, Doel, é o paciente gerente que com gentileza recebe as cartas cheias de ironias, humor e até grosserias de Helene.

Esta troca de cartas dura 20 anos sem que os dois sequer se conhecessem. Helene não conseguiu ir à Europa e não se enganem, à despeito do título, não é uma história de amor romântico entre um homem e uma mulher. Poderia até ser, mas algo tão platônico que fica impossível de saber se é verdade. As cartas trocadas entre os dois são verdadeiros tesouros de amizade, com um grau de intimidade e lealdade tão grandes, que todos à volta dos dois são contagiados por isso. 

Este filme é a prova de que amigos feitos além-mar podem muito especiais e, que a distância, não necessariamente cria empecilhos para grandes encontros de alma. Viajar é bom, conhecer lugares é legal, mas fazer conexões assim é o que mais me emociona. Abrir os olhos para o outro e descobrir amigos para a vida toda, isso sim é um souvenir de responsa. :)

Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia, 1962)


Obra-prima. Acho que não existe algum outro elogio à altura desta produção do cinema que é grande, literalmente grande. Filmado no deserto da Arábia Saudita, o filme foi inspirado na biografia do oficial britânico T.E. Lawrence, interpretado pelo incrível (e na época gatíssimo) Peter O'Toole>. A história relata o momento em que o oficial é enviado à Arábia e se apaixona pela causa, pela história e pelo povo da região. A trama se desenrola quando ele consegue unir partidos opostos para uma única causa, que é combater os turcos.

O filme tem proporções monstruosas e cenários que são mais do que incríveis. Há uma cena muito louca, onde vemos um navio militar atrás de dunas de areia, coisa louca. Tudo grande, majestoso e lindo. Quando passamos de avião pela Arábia Saudita, no início de 2012, a Lu e eu tivemos uma pequena noção da grandiosidade daquela região e ficamos maravilhadas com o cenário, mesmo que a quilômetros de altura. Um plano para o futuro é conhecer aquele pedaço esquecido do mundo e, se você assistir a esse filme, acho que também ficará curioso.

Sem Destino (Easy Rider, 1969)


Easy Rider tornou-se um dos filmes mais emblemáticos sobre a contracultura hippie da década de 60, além de ter consagrado a banda canadense Steppenwolf com o clássico Born to be Wild. Na história, dois amigos,  Wyatt e Billy, interpretados por Peter Fonda e Dennis Hopper, fazem uma super venda de drogas, compra duas motos e parte de Los Angeles até New Orleans para participarem da tradicional festa do Mardi Gras, uma espécie de carnaval com muita bebida, blues e mulheres de peitos de fora. Soa familiar? :P

A travessia pelo país é incrível e, a história, bastante interessante, já que os caras enfrentam os clichês do preconceito da década de 60 por onde passam, mas a road trip dos dois amigos, que ainda contam com um terceiro elemento-chave, o incrível Jack Nicholson.

Este é mais um filme que traz, além de entretenimento, apresenta uma carga histórica bastante interessante sobre o desenvolvimento da cultura libertária nos Estados Unidos, afinal, a maior parte da referência que temos dos hippies é de lá, não é? Ótima oportunidade para se inspirar nas estradas norte-americanas e colocar o pé no mundo.

Yeah, darling, gonna make it happen
Take the world in a love embrace
Fire all of your guns at once and
Explode into space

Espero que as sugestões se tornem opções para o seu fim de semana! :)

Até mais!

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Sobre Ana Raquel

Jornalista, 36 anos, canceriana, chorona. Se emociona com tudo. Vive sem muito planejamento, mas com muitos planos.

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