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As vinícolas do Chile - Parte 1

Written By Luciana Sabbag on quinta-feira, janeiro 29, 2015 | quinta-feira, janeiro 29, 2015

Não é preciso viajar para tão longe para provar dos melhores vinhos do mundo. No Chile, aqui pertinho, na América do Sul, você pode visitar vinícolas históricas e abrir garrafas dos mais deliciosos Cabernet Sauvignon ou Chardonnay, em meio a paisagens belíssimas de verde intenso.

A grande vantagem do Chile é a facilidade de acesso às vinícolas. Entre as mais de dez áreas vinícolas diferentes do país, as mais importantes estão próximas da capital Santiago. Em no máximo duas horinhas de carro você chega a mais distante – das famosas. Se preferir, há a opção de ir de trem/metrô para algumas bodegas mais próximas. A melhor época para visitar os vinhedos do Chile é entre março e maio, quando as parreiras ficam bem carregadas. Todas as vinícolas têm ótima estrutura e recebem muito bem os turistas. Há diversas pousadas, restaurantes, degustações, passeios com visitas guiadas, lojas internas e até cavalgadas.

A maioria das propriedades fica nos vales de Maipo, Colchagua, Casablanca e Central. Os melhores vinhos são produzidos no vinhedo de Apalta, em Colchagua, um dos mais distantes de Santiago, a cerca de 178 quilômetros para o sul do país – aí é preciso alugar um carro mesmo para fazer a visita. 

A vinícola mais famosa do Chile é a Concha y Toro, criada em 1873, no Vale do Maipo, região mais próxima da capital. Apesar de ser um programa bem turistão, vale a pena dar uma passada por lá, afinal, ela fica a 20 minutos de metrô de Santiago. Lá, você verá a casa da família de Don Melchor e ouvirá a história do Casillero del Diablo, contada por uma voz macabra, dentro de uma adega subterrânea, que mostra a sombra do “coisa ruim” na parede. Conta a lenda que Don Melchor Concha y Toro, dono da vinícola, guardava seus melhores vinhos nesta adega, mas como muitos eram roubados, ele espalhou a notícia de que o diabo se escondia ali dentro. Isso fez com que nunca mais alguém roubasse seus vinhos.

Concha y Toro
Mesmo para quem não se interessa muito por vinhos (ou não entende muito como eu), a visita é obrigatória, afinal, tem um peso cultural e histórico muito grande. No final do passeio, você poderá visitar a loja, o bar e o restaurante da vinícola e ainda apreciar os famosos Almaviva e Carmim de Peumo. A Concha y Toro funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h e não abre aos domingos ou feriados. A visita guiada com degustação de dois vinhos custa 7 mil pesos (aproximadamente US$ 13), e a visita guiada com degustação de quatro vinhos e mesa de queijos sai por 16 mil pesos (US$ 32). O endereço é Av. Virginia Subercaseaux 210, na cidadezinha de Pirque. Tel.: 56 (2) 476-5680.

Ainda no Vale do Maipo, está a vinícola Cousiño-Macul, que fica na Av. Quilín 7100, Peñalolen, na região metropolitana de Santiago. Com extensos vinhedos, a Cousiño-Macul fica às margens da ferrovia, ou seja, basta pegar o metrô, descer na estação Quilín e caminhar uns minutinhos (ou pegar um taxi até a entrada). Lá, há visitas guiadas que duram aproximadamente 45 minutos e dão direito à degustação de três vinhos. O valor é de 7 mil pesos chilenos, mais ou menos US$ 13.Fundada em 1856, é a única vinícola que se estabeleceu no século XIX e continua nãos mãos da família fundadora. A Cousiño-Macul funciona de segunda à sexta-feira, com visitação das 11h às 16h, e aos sábados, das 11h ao meio-dia. Tel.: 56 (2) 351-4135.

Cousiño-Macul
No Vale do Maipo também está a Viña Santa Rita, que fica no Camiño Padre Hurtado 695, Alto Jahuel, em Santiago. Esta vinícola possui hotel próprio (o hotel Casa Real), restaurante, loja e museu (o Museu Andino), mostrando uma estrutura ainda mais completa que a famosa Concha y Toro. A comida é incrível! O tour guiado sai por aproximadamente R$ 30 e o telefone de lá é o 56 (2) 362-2520.

A vinícola Santa Carolina, fundada em 1875 foi declarada Monumento Histórico do Chile em 1973. Muito abalada pelo terremoto de 2010, ela precisou passar por uma boa reconstrução, mas já está aberta ao público. O passeio começa no jardim, com taças de vinho branco enquanto o guia conta a história do lugar. De lá, você conhecerá as caves subterrâneas e verá as 3 mil barricas usadas para a conservação dos 225 litros de vinho, provenientes da França e dos Estados Unidos. Linda e histórica, a Viña Santa Carolina está presente em várias regiões do Chile, mas falo da que fica no Vale do Maipo. É lá que você poderá provar taças dos vinhos mais caros do país. Ela fica na Calle Til-Til, 2228, Macul Santiago. Tel.: 56 (2) 2450-3000.

A região de Casablanca é o berço dos melhores vinhos brancos. Adeptos de uma taça gelada de Sauvignon Blanc não podem deixar de visitar este vale, que é pequeno em comparação aos outros, mas muito famoso também. O vale fica na Ruta 68, no caminho para a cidade de Valparaíso e da Praia de Algarrobo. Lá, a brisa é fresca e a bebida também.

A vinícola mais bem estruturada da região é a Matetic, que também produz um Syrah excepcional. Moderna, a vinícola abriga um hotel-butique, com diárias a partir de US$ 460, com apenas sete quartos, o La Casona, onde o hóspede é recebido pelo sommelier. Há quatro tipos de visitação, com preços entre R$ 35 e R$ 120. O mais caro inclui degustação de quatro vinhos e almoço. Mas o melhor da Matetic, além dos vinhos, é claro, é a caminhada ao Morro Bahamontes, que tem vista para o mar e para a Cordilheira dos Andes. A Matetic fica no Fundo Rosario, em Lagunillas. Tel.: 56 (2) 595-2661.

Hotel La Casona de Vina Matetic 
Próximo do Oceano Pacífico também está a Casa Marin, a cinco quilômetros do mar. E é exatamente esta proximidade com as águas frias que fazcom que a Casa Marin tenha condições perfeitas para a elaboração de vinhos brancos. Nesta vinícola, há uma pousada, que funciona de setembro a maio e permite que você aproveite a melhor época de neve e vinho, na estação de esqui de Valle Nevado. As degustações custam entre US$ 17 e US$ 28, e as diárias da pousada saem em torno de US$ 150. A vinícola fica no Camino Lo Abarca s/n. Lo Abarca, Cartagena. Tel.: 56 (2) 334-2986.

Os amantes da boa gastronomia não podem deixar de visitar a Viña Indomita, que fica também na Ruta 68, no quilômetro 64. O restaurante de lá é um dos mais bem cotados do país com um cardápio moderno, de ingredientes tradicionais. A Indomita funciona todos os dias, das 10h às 17h. Tel.: 56 (2) 215-3900.

Um conselho: ligue com antecedência e marque sua visita, em qualquer vinícola, para que você não dê com a cara na porta. Depois do terremoto, muitas vinícolas foram danificadas e, assim, fechadas para visitação. Além disso, a maioria delas só aceita a visitação com hora marcada.

No próximo post, falarei sobre as vinícolas do sul do Chile, no Vale do Colchágua e Cachapoal. Até lá!

Beijos,

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Sobre Luciana Sabbag

Jornalista, 36 anos, canceriana, chorona. Se emociona com tudo. Vive sem muito planejamento, mas com muitos planos.

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