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Cheguei, Brasil! (#SinTrip | #SaintTrip Espanha e França)

Written By Luciana Sabbag on quinta-feira, junho 25, 2015 | quinta-feira, junho 25, 2015

Fui tão bem recebida ontem à noite, com comidinha árabe da vovó, pulos enlouquecidos do Bud e abraços sem fim da família, que nunca me senti tão feliz em voltar das férias! Viajar é bom demais, mas "there's no place like home".

Acho que esta foi a viagem mais incrível que já fiz. Aprendi muito, superei medos, enfrentei desafios, cheguei ao limite do físico e do emocional, conheci muita gente, realizei sonhos, descobri capacidades, fiz amigos e "comi, rezei e amei" como nunca na vida!

De todos os lugares que já conheci, Madri é a cidade mais "a minha cara". Superou Beirute no topo das minhas cidades favoritas (e achei que isso seria impossível!). Ainda não descobri o porquê, mas me identifiquei demais e me senti em casa o tempo todo. Nos dez dias que fiquei por lá, pude conhecer muito bem diversas regiões, andar por ruas que não estão em nenhum guia de viagem, experienciar a vida dos nativos e descobrir o bom e o ruim da rotina madrileña. Voltei apaixonada por Madri e repito: eu me mudaria para lá.


O Caminho de Santiago foi difícil, duro, pesado mesmo. Como contei no Facebook, por muitas vezes antes de viajar, eu subestimei o Caminho. Eu dizia "20 Km por dia eu faço de boa, vai!". Mas, lá, a história é bem diferente. Cada quilômetro parece infinito, com suas subidas absurdamente íngremes, descidas escorregadias, pedras e riachos. Cada quilômetro é uma surpresa, um novo desafio. Sempre que eu avistava mais uma subida, eu olhava para o alto e me perguntava o que eu estava fazendo ali. Senti muita, muita dor. Minhas panturrilhas estouraram (literalmente) e minha cabeça quase explodiu de tanto pensar. Quando cheguei a Santiago de Compostela, depois de 160 Km em 7 dias, eu só sabia chorar e agradecer a Deus. Minhas emoções estavam tão à flor da pele que até briguei com minha amiga (disseram que isso acontece sempre, com todo mundo). Hoje eu olho para tudo que eu passei ali e não me arrependo de nada. Gostaria, até, de fazer o Caminho completo um dia. Mas não tão cedo. Esses 700 Km serão realizados quando eu receber um segundo chamado para isso. Acredito piamente que tudo acontece no seu tempo e, por ora, as respostas que encontrei e os milagres que aconteceram pelas orações que levei ao túmulo do apóstolo São Tiago, bastaram. Posso não ter encontrado a luz que eu procurava sobre a minha real vocação na vida, mas nem toda resposta de Deus é clara ou aparece de imediato. Para mim, o mais importante foi ter visto Deus em tudo, na natureza, nos animais, em cada passo do Caminho. Isso ficou muito nítido. Não tenho mais como sequer pensar em duvidar da existência Dele.

O Caminho é como a vida: passamos por dificuldades, enfrentamos desafios, conhecemos pessoas que ficam, pessoas que se vão, nos apegamos e nos desapegamos, amamos, sofremos e, ao final, somos recompensados. Valeu demais! E quando esta minha vida chegar ao seu quilômetro final, eu poderei dizer, da mesma maneira, que valeu demais.


Como também já contei aqui, Paris nunca esteve nos meus planos de viagem. Caí de pára-quedas por lá, a convite de uma amiga querida que eu não via há 14 anos. Já que não me custava nada (só alguns euros, hahaha) estender a viagem espanhola para a França, não hesitei. E amei! Amei conhecer a cidade mais bonita do mundo. Não me identifiquei com ela, não me apaixonei como todo mundo se apaixona porque um destino, quando é muito turístico, não me encanta tanto. Paris tem gente demais, em todos os lugares, em todos os momentos. Fui cantada horrores, conheci gente querida do outro lado do mundo, e não vou me esquecer do exato segundo em que avistei a torre Eiffel de longe. Ela é realmente incrível (mas nunca mais me atrevo a subir naquele ferro velho! Hahaha).


Hoje passei o dia tentando me localizar, tentando me acostumar com o horário do Brasil, organizando o meu trabalho, passando as fotos para o computador e separando-as em pastas, desfazendo a mala, colocando a roupa suja para lavar... Agora vou começar a editar os vídeos e a preparar os posts para o blog. Aguardem! :D

Obrigada a todos que rezaram por mim e que acompanharam a minha viagem, curtindo e comentando no Facebook e no Instagram como se estivessem comigo por lá. Foi bom demais sentir a presença, o apoio e o carinho dos meus amigos e leitores!

Valeu demais!

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Sobre Luciana Sabbag

Jornalista, 36 anos, canceriana, chorona. Se emociona com tudo. Vive sem muito planejamento, mas com muitos planos.

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