Na quarta-feira, dia 17 de junho, a Helô saiu bem cedinho para trabalhar e me deixou a chave de casa. Eu estava sozinha e acabei acordando um pouco tarde. Já passava das 10h quando tomei um banho e saí em busca de um SIM Card. O meu da Espanha não estava mais funcionando -- eu tinha colocado 6 euros de crédito antes de deixar o país e, quando cheguei na França, por causa do roaming, os créditos acabaram em menos de 20 minutos.
O marido da Helô, o Santiago, tinha me dito que ali pertinho havia uma loja onde eu poderia comprar o SIM Card -- e lá fui eu. Quando entrei na loja, a indiana que me atendeu não sabia falar nem 'hello' em inglês. Perguntei se ela falava espanhol e ela disse que só francês. Desesperei-me. Tentei explicar, por mímica, o que eu queria, mas não rolou. Ela me mostrou um SIM Card, mas quando eu perguntei se eu conseguiria usar a internet, ela disse que não. Achei estranho, mas melhor não arriscar, afinal, um SIM Card custa 10 euros. Desencanei e fui atrás de algo para comer. Primeiro passei por uma boulangerie e fiquei intimidada. Eu não saberia como pedir o que eu queria comer e, como o lugar estava cheio, não quis passar vergonha. Entrei numa lanchonete e quando perguntei se alguém falava inglês, espanhol ou português, graças a Deus, chamaram um gajo de Portugal para me atender. Estranho é que ele, apesar de ser de onde é, não entendia o que eu falava. Enfim, consegui comprar um sanduíche, tomei um café expresso e voltei pra casa.
Eu estava morrendo de medo de sair, de não saber pegar o trem, de me perder sem o mapa da cidade (estava sem internet, portanto, sem Google Maps), de não conseguir falar com ninguém e de não voltar pra casa.
Respirei fundo e, de mochilinha nas costas, fui para a estação de trem Le Chénay - Gagne (RER - E4). Não havia máquina para comprar os bilhetes sem precisar passar pelo guichê, então fiquei vários minutos ensaiando o que dizer para o atendente. "Bonjour! Je ne parle pas français... Un ticket... Paris... S'il vous plaît. Merci" foi tudo o que saiu. E ele me entendeu. Começou a me explicar a baldeação que eu tinha que fazer, onde eu tinha que descer e eu não entendia uma palavra! A sorte é que ele falava apontando para o mapa do metrô, que eu levei comigo depois.
Respirei fundo e, de mochilinha nas costas, fui para a estação de trem Le Chénay - Gagne (RER - E4). Não havia máquina para comprar os bilhetes sem precisar passar pelo guichê, então fiquei vários minutos ensaiando o que dizer para o atendente. "Bonjour! Je ne parle pas français... Un ticket... Paris... S'il vous plaît. Merci" foi tudo o que saiu. E ele me entendeu. Começou a me explicar a baldeação que eu tinha que fazer, onde eu tinha que descer e eu não entendia uma palavra! A sorte é que ele falava apontando para o mapa do metrô, que eu levei comigo depois.
Tomei o trem, desci na estação Haussman St-Lazare e peguei o metrô da linha 13. Desci na estação Champs-Élysées e quase chorei quando vi aquele mundaréu de gente e de construções antigas. Eu não sabia para onde ir nem o que fazer, mas segui meus instintos e fui caminhando pela avenida, olhando sempre para o alto para ver se, de algum lugar, eu enxergava a Torre Eiffel.
De repente, uma chinesinha muito simpática me parou e pediu que eu tirasse uma foto dela. Em seguida, ela perguntou se eu queria que ela tirasse uma foto minha também -- eu disse que sim -- e começamos a conversar. A Sully também estava viajando sozinha.

Fomos caminhando juntas pela Champs-Élysées, uma fotografando a outra, até que chegamos ao Arco do Triunfo.
Foi uma grande sorte ter conhecido a Sully. Só assim eu consegui relaxar e perceber que estar ali sozinha não era um bicho-de-sete-cabeças e que eu poderia conhecer várias outras pessoas na mesma situação que eu.
Chegamos à entrada do Arco do Triunfo e pensamos em subir, mas não tínhamos certeza se queríamos. Perguntei o que ela ia fazer depois e, como ela disse que não sabia, sugeri subirmos na Torre primeiro. Mas ela disse que tinha ido à Torre no dia anterior. Então, depois de trocarmos Whatsapp, nos adicionarmos no Facebook e de fazer mil e uma fotos, eu fui sozinha, caminhando, em direção à Torre Eiffel.

Eu vi a pontinha da Torre de longe e achei que chegaria nela em cinco minutinhos. Mas foi uma caminhada eterna! Como eu já estava ficando com fome de novo (já eram 16h!), passei em uma vendinha e comprei umas bolachas e uma garrafa de Coca-Cola.
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A primeira vez que eu vi a Torre Eiffel. |
Caminhei, caminhei, caminhei e finalmente vi a Torre Eiffel de pertinho. Confesso que me emocionei.
Eu não tinha nenhum plano e, como contei no vídeo, eu nunca sonhei em conhecer Paris. Caí lá de para-quedas, só porque meu voo para a Espanha era pela Air France e a Helô me convidou para passar uma semana com ela. "É a oportunidade que você tem de se hospedar de graça na cidade mais cara do mundo, Lu!", ela disse. Hahaha. Mas acabei não fazendo nenhum roteiro, já que passei toda a minha fase pré-viagem preocupada com o Caminho de Santiago.
Então, passei por baixo da Torre e me sentei ali nos jardins do Champ de Mars e fiquei horas de bobeira, ouvindo música, pensando na vida e me lembrando dos momentos incríveis que passei desde que chegar à Europa.

Lá pelas 18h, resolvi sair passeando até encontrar outra estação de metrô onde eu pudesse tomar meu rumo de volta à Gagny.
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Institut des Hautes Etudes de Défense Nationale |
Passei pela estação École Militaire, mas como dali eu vi a cúpula da Tumba de Napoleão (Tombeau de Napoleón), quis andar mais um pouco. Aí eu percebi que tudo que você avista em Paris é longe pra caramba. Andei um monte até conseguir chegar à entrada da Tumba. E, pra variar, não dei sorte: o museu fecha às 18h. Ok, eu voltaria um outro dia.

Segui caminhando pela Boulevard des Invalides e subi a Rue de Bourgogne até que avistei a uma Basílica. Dei uma corridinha até lá porque eu sou do tipo "uma igreja! Me segura!" e me surpreendi! Linda de morrer! Fiquei mais um tempão lá dentro, rezando e observando cada detalhe da Basilica of Sainte Clothilde (23bis Rue las Cases).

Saindo da igreja, voltei à Rue de Bourgogne, passei pela Assemblée Nationale e atravessei Pont de La Concorde, de onde se tem uma vista linda da Torre e do por do sol.

Passei pela Place de la Concorde...

Entrei em outra igreja -- Eglise Notre-Dame-de-l'Assomption e, depois, fui até a L'Eglise de la Madeleine.

E aí eu já estava cansada -- lembrando que eu estava colecionando bolhas no pé desde o Caminho de Santiago. Parei em uma banca de jornal e perguntei onde era a estação de metrô mais próxima. A estação Madeleine ficava a meio metro dali e eu não tinha visto. Na estação, a atendente falava inglês e eu pude comprar minha passagem de volta tranquilamente. Depois de duas baldeações e uma hora de viagem, eu já estava de volta à casa da Helô. :)
Este foi o tour que fiz nessa quarta-feira:
E acho que, mesmo sem querer, acabei fazendo um roteiro legal.
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Beijos,

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