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Dia 2: Cidade do México (México) - Parte I - Xochimilco

Written By Luciana Sabbag on terça-feira, março 13, 2018 | terça-feira, março 13, 2018

Dia 2: Cidade do México (México) - Parte I - Xochimilco

No domingo, dia 25 de fevereiro, acordei cedinho para aproveitar bem o dia. Eu estava ansiosa e o fuso horário me fez acordar antes do previsto. Na Cidade do México, estamos três horas mais cedo, então acabei acordando no meu horário de costume (só que no Brasil). Comi aquela empanada que comprei no Walmart, na noite anterior (veja o post "Dia 1: Cidade do México (México) - Chegada e passeio noturno"), de café da manhã e...


Pollo (frango) con mole. Na verdade, molho é a tradução para mole – tanto que guacamole é um molho de abacate – mas quando se fala em mole, normalmente refere-se ao “mole poblano”, molho típico do estado de Puebla, preparado com vários ingredientes (diferentes malaguetas, especiarias e ervas aromáticas, tomate, alho e cebola, sal, amêndoas ou amendoim, passas, azeite e, às vezes, caldo de carne ou de galinha, além de chocolate – sim, chocolate).

Eu achei horroroso e joguei a empanada quase inteira no lixo! Os mexicanos adoram. Foi nessa manhã que percebi que comer no México não seria uma tarefa fácil. Afinal, era só uma empanada de frango! Acabei comendo um pacote de Oreo. 

Saí do hotel lá pelas 7h da manhã. Caminhei até a estação de metrô (Revolución era a mais próxima do hotel) e pedi ajuda da moça da bilheteria. Expliquei que era a minha primeira vez na Cidade do México e que eu queria conhecer Xochimilco. Ela me aconselhou a comprar o cartão de recarga, que facilitaria as minhas viagens, e me mandou seguir até a estação Tasqueña (a última estação sentido sul). Quando eu chegasse em Tasqueña, eu deveria tomar o tren ligero (um trenzinho de dois vagões, demorado que só!) até Xochimilco.

Dia 2: Cidade do México (México) - Parte I - Xochimilco

O cartão chique, da Mastercard (!), custa MX$ 10 (R$ 1,70) e você recarrega o quanto quiser, em qualquer estação. Ele é aceito no metrô, no metrobus e no tren ligero. No ônibus que eles chamam de camión, não.

Preços:
Metrô - MX$ 5 (R$ 0,85)
Metrobus - MX$ 6 (R$ 1,02)
Tren Ligero - MX$ 3 (R$ 0,51)
Ônibus - MX$ 6,50 (R$ 1,10)
Demorei quase duas horas e cheguei a Xochimilco às 9h. Quando saí da estação do tren ligero, um senhorzinho de bicicleta perguntou se eu estava procurando um embarcadero. Eu disse que não, para despistá-lo, afinal, havia placa por todos os lados indicando onde estavam os embarcaderos. Mas ele foi me seguindo, indicando, a toda hora o caminho que eu deveria tomar. Ai, que irritante! 

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Entrei no primeiro embarcadero, o Belem, puxei papo com uma mocinha que estava sentada, comendo alguma coisa de milho, e falei que havia um senhor me seguindo. Ela disse para eu não me preocupar porque ele é guia de turismo credenciado e que ele realmente só estava querendo ajudar. Perguntei se aquele era um bom embarcadero e ela disse que são todos iguais – e que todos cobram o mesmo preço.

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Mas o que são embarcaderos, afinal?

Explico: Em 1325, quando os astecas fundaram um império onde hoje está a Cidade do México, montaram sua base sobre um grande lago. A cidade de Tenochtitlan, cujas ruínas resistem no atual centro da capital mexicana, foi construída sobre o Lago Texcoco, que ocupava uma extensão de três mil quilômetros quadrados para além dos limites da Cidade do México – e que ainda corre por baixo dessa metrópole, mesmo depois da drenagem das águas feita pelos espanhóis.

Xochimilco, um dos 16 distritos da Cidade do México, ao sul, é a herança do grande lago mexicano. Seus canais serviam para os astecas se locomoverem e levarem à Tenochtitlan as flores, legumes e verduras que eles cultivavam nas chinampas, pequenas ilhas artificias construídas com terra entre os canais.

Xochimilco foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade em 1987 e é muito mais que um lugar turístico. A população simples da região ainda usa o canal para se locomover de barquinho entre os mercados de flores e as famílias mexicanas passam seus domingos almoçando ou fazendo suas festas em barcos alugados.

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Os embarcaderos são de onde saem as gôndolas e as tradicionais trajineras – um tipo de barco de madeira, com uma mesa dentro, brilhantemente pintado e decorado com cores únicas e nomes de mulheres.

Perguntei ao senhorzinho da bicicleta quanto cobrariam para me levar à Isla de las Muñecas, um lugar peculiar, palco de uma lenda meio bizarra, sobre um homem que pendurava bonecas ao redor de sua casa para agradar ao espírito de uma menininha que havia morrido afogada. Ele disse que havia um valor oficial de MX$ 500 por hora (R$ 85) e que o passeio até a Isla demoraria em torno de 4 horas. Falei que era um absurdo e que eu não pagaria MX$ 2.000 (R$ 340) por um passeio. Ele insistiu que eu fizesse por MX$ 1.500 (R$ 255), mas eu nem tinha esse dinheiro na carteira. Não. Eu não pagaria tudo isso pra ver um monte de boneca embolorada.

O senhorzinho disse, então, que se eu fizesse o passeio tradicional, eles poderiam me levar a uma réplica da Isla de las Muñecas. Ai, quer saber? Cansei! E topei. Mas não por MX$ 500 a hora, não. Chorei e chorei, dizendo que meus amigos tinham feito por MX$ 350 e que eu não faria por mais que isso. Eles toparam também. Mas toparam porque esse é o valor normal. Não existe MX$ 500 por hora sem serviço nenhum. Além disso, esse valor é por trajinera (não por pessoa), mas como eu estava sozinha, tive de pagar. Não havia ninguém naquele embarcadero àquela hora da manhã. Foi um erro que cometi, já que eu tinha muitos planos para aquele domingo. Então, programe-se para fazer algo antes e não chegue tão cedo à Xochimilco. O negócio "ferve" na hora do almoço.

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Enfim, os empregados dos embarcaderos são tão insistentes que eu até desisti de negociar. Paguei os MX$ 350 mesmo e fiz o passeio de uma hora. Eu não tinha muito tempo a perder e R$ 60 não ~me pareceram tanto assim. Tudo bem. 


A vantagem de estar sozinha na trajinera foi poder parar na réplica da Isla de las Muñecas, descer, fotografar, e não me preocupar em estar tomando o tempo do passeio dos outros.

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Além de ter o barco só para mim e poder fazer oitocentas selfies, sem passar muita vergonha.

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E pedi para o condutor da minha trajinera parar num lugarzinho esquisito que abriga uma exposição de répteis, para que eu pudesse tirar uma foto com uma cobra.

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O dono do lugarzinho me cobrou 15 pesos (R$ 2,55) para eu tirar a foto. Eu queria tirar com a cobra amarela, mas ela não quis acordar. Então foi com essa mesmo.

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O passeio acabou e voltei para o embarcadero, bem insatisfeita. Onde estava toda a festa de Xochimilco? E os mariachis? Só vi um grupo comendo num barquinho qualquer. O erro foi meu em ter chegado muito cedo, mas tentaram me enganar legal. Não gosto de lugares assim. Gosto de gente honesta.

Acho que é um passeio legal, mas não imperdível. É preciso estar preparado. Se quiser meu conselho, vá de galera, pechinche, saiba pelo que pedir e vá a um embarcadero mais famoso, como o Nuevo Nativitas. E também não vá de metrô/trem porque a estação fica longe dos embarcaderos grandes.

Saí do Embarcadero Belém caminhando sentido Coyoacán, mas, como eu demoraria quase três horas para chegar a pé ao Museu Frida Kahlo, resolvi dar só um passeio pelo centrinho de Xochimilco...


... e logo pedi um Uber para Coyoacán, mas isso eu conto no próximo post. :)

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Sobre Luciana Sabbag

Jornalista, 36 anos, canceriana, chorona. Se emociona com tudo. Vive sem muito planejamento, mas com muitos planos.

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